Escola agrícola goiana se destaca no desenvolvimento rural sustentável

por Luana Luizy, Assessora de Comunicação, Instituto Internacional de Educação do Brasil

O compromisso com o desenvolvimento rural sustentável tem sido uma das missões do Instituto Educacional Tiradentes (IET), que tem se destacado na qualificação de jovens e de famílias em uma região impactada pela mineração em Niquelândia, no interior do estado de Goiás.

Capacitação de agricultores familiares com responsabilidade social é a principal missão do Instituto Educacional Tiradentes. Foto: Acervo Instituto Educacional Tiradentes

A quase 300 km da capital, Goiânia, a cidade de Niquelândia presenciou o fechamento da maior empresa de mineração da sua história. Esse fechamento gerou cerca de doze mil desempregados, em um cenário de 45.000 habitantes. Rapidamente, a cidade se tornou o município com o menor crescimento em 2017 e 2018 no estado, ficando entre os 10 piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Goiás.

Dessa forma, surgiu a necessidade de fomentar outras formas de atividade econômica para a população local. Com isso, veio a ideia de disseminar e potencializar ações de base agroecológica. No campus agrícola, os alunos realizam todas as suas atividades de estágio, participam de aulas práticas e escrevem artigos científicos na área da agroecologia. Nesse local, são aplicadas técnicas de produção sustentáveis, como a permacultura e a agricultura sintrópica, a qual trabalha com a recuperação pelo uso, ou seja, com o estabelecimento de áreas altamente produtivas e independentes de insumos externos.

Produção de mudas no campus de Agricultura Familiar Sítio Bagagem. Acervo Instituto Educacional Tiradentes

Mais de 20 mil pessoas já foram beneficiadas na Escola Agrícola, cujas mensalidades são totalmente gratuitas. No campus de Agricultura Familiar Sítio Bagagem, próximo à cidade de Niquelândia, no interior goiano, são desenvolvidas pesquisas científicas na área agroecológica, envolvendo técnicas de produção sustentáveis de café, bem como de frutas nativas e exóticas.

“Com o apoio do IEB e CEPF, já formamos 50 jovens e implantamos 10 agroflorestas para os(as) melhores alunos(as) participantes da formação em agroecologia e agrofloresta. Nossos próximos desafios são a abertura de uma loja física para a comercialização dos produtos da agricultura familiar, levando para o produtor o acesso direto ao consumidor final, sem atravessador”, explana Manoel.

Na Escola Agrícola, também são aplicadas técnicas de produção de ovos em sistemas de bem-estar animal; além disso, há a produção de carne suína; pastagens em consórcios com árvores nativas; técnicas de irrigação; boas práticas de produção de geleias; e a produção de mudas nativas e exóticas.

A escola também já beneficiou jovens Kalungas na área de apicultura, em uma iniciativa que procurou gerar autonomia para os quilombolas. Eles se encontram em áreas isoladas e de difícil acesso, áreas essas onde a energia elétrica, até hoje, não existe.

O Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos é uma iniciativa conjunta da Agência Francesa de Desenvolvimento, da Conservação Internacional, União Europeia, da Gestão Ambiental Global, do Governo do Japão e do Banco Mundial. Uma meta fundamental é garantir que a sociedade civil esteja envolvida com a conservação da biodiversidade.