APRESENTAÇÃO
Via Campanha Nacional em Defesa do Cerrado & ActionAid
Este documento coloca-se no âmbito do projeto “Articulação em Rede e Participação Social para a Conservação do Cerrado” que ActionAid e a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado realizam junto dos parceiros Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos e Associação dos Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR), com o objetivo de fortalecer redes de organizações, coletivos e movimentos sociais em defesa do Cerrado e dos povos e comunidades tradicionais.
A pandemia da Covid-19 aguçou de forma extrema os grandes desafios que já se colocavam em todo o mundo. No Brasil, isto ocorreu de forma ainda mais intensa, não somente com uma crise sanitária de amplas proporções, mas também expondo dramaticamente o conjunto de desigualdades com as quais o país convive. Neste sentido, a partir do acompanhamento do processo de lutas de comunidades atingidas pela chamada abertura da última fronteira agrícola” 1 que, em parte, está territorializada na região do MATOPIBA2, registram-se dados e informações sobre a epidemia na região, confrontando-os com a realidade socioeconômica dessa área.
O foco de observação se concentra em dez municípios, nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, em virtude do histórico de conflitos fundiários que neles vêm sendo travados, como demonstra o Caderno de Conflitos no Campo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e por se tratar de municípios considerados estruturantes para a expansão do agro como um negócio na região. São, a saber: Babaçulândia e Wanderlândia (Tocantins); Balsas, São Raimundo das Mangabeiras, Loreto, Carolina e Riachão (Maranhão); Gilbués, Santa Filomena e Bom Jesus (Piauí).
Procura-se, assim, contribuir para o necessário processo de resistência das populações locais ao “Projeto MATOPIBA”, com um conjunto de informações decorrentes da incidência da epidemia e avaliação de sua repercussão sobre essa realidade. Da mesma forma, procuramos indicar que todo processo de expansão das áreas para monocultura agrícola voltado para dinâmicas de exportação, além de estarem acompanhadas por práticas expressivas de empobrecimento econômico e ambiental, ocorrem os riscos paralelos de conflitos políticos e sociais imediatos no campo.
ACESSE O DOCUMENTO ABAIXO: