A pesquisa é uma das atividades desenvolvidas pela ActionAid como parte da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, com apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), que tem como objetivo proteger regiões do planeta ricas em biodiversidade, nas quais vivem bilhões de pessoas. Essa relação estabelecida entre as pessoas e a biodiversidade, por meio de seus modos de vida, tratamos aqui como sociobiodiversidade. A Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, por sua vez, é composta por uma rede que reúne, além dos povos e comunidades tradicionais, organizações ligadas à defesa de direitos, à agroecologia, assessorias técnicas e organizações internacionais.
O que significa a sociobiodiversidade do Cerrado? A que custo se dá essa aceleração da produção, sobretudo, de grãos, que são direcionados para a produção energética e de alimentos ultraprocessados? O que significa manter o Brasil nesta posição de grande exportador de commodities – e, portanto, de país que extrai avassaladoramente? Quem são as pessoas e ecossistemas mais atingidos? Essas são algumas das respostas encontradas na pesquisa Cerrado e modos de vida tradicionais no Maranhão, Piauí e Tocantins. A partir de uma metodologia que incluiu mais de 40 entrevistas realizadas nos três estados, o resultado do estudo aponta equívocos graves na forma como o Cerrado tem sido apresentado nas narrativas do governo federal e de governos locais, que têm sido impulsionadores de setores como o agronegócio, sem que haja transparência da dimensão das pessoas e territórios atingidos. Além disso, a análise aponta também incongruências na forma como políticas públicas têm sido pensadas para a região, causando aumento de conflitos, expulsão de comunidades e a não garantia de direitos previstos pela Constituição às populações tradicionais, começando pelo direito à terra.
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