Perda de Habitats
A principal ameaça à biodiversidade do Cerrado é o desmatamento. E a maior parte da cobertura vegetal original ainda restante tem sido alvo de vários tipos de interferência. Nas últimas cinco décadas, o Cerrado tem sido a principal área de expansão agrícola e consolidação do agronegócio brasileiro, levando à perda de metade da cobertura vegetal original deste hotspot – ecossistema único e ameaçado.
Os níveis de desmatamento no Cerrado são atualmente maiores do que na Amazônia, assim como os níveis de emissões de gases de efeito estufa. Embora o Cerrado tenha poucas florestas densas, ele é igualmente ou até mais importante devido à sua biodiversidade e aos seus serviços hídricos e de carbono. Embora o Código Florestal Brasileiro estipule a designação de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, elas não serão mais que fragmentos isolados se o desmatamento no Cerrado continuar em seu ritmo atual.
O modelo de desenvolvimento econômico do Cerrado está colocando pressão tanto nas comunidades locais quanto nos ecossistemas naturais, através da conversão continuada de terras para fins agrícolas e de pecuária. Até 2010, 47 por cento das terras do Cerrado já havia sido convertido em terra para a utilização humana. Este problema é exacerbado pelo fato de o cerrado ter um dos menores níveis de proteção, com apenas oito por cento da superfície terrestre protegida.
A extrema riqueza biológica deste hotspot, combinada com o alarmante índice de conversão de terras na região, indica que devem ser tomadas medidas urgentes para garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das sociedades humanas.
[1] Extraído do Resumo do Perfil do Ecossistema do Cerrado, elaborado pela Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) – com edições.