por Luana Campos, via ECOA
Castanha típica do Cerrado, o baru (Dipteryx alata) vem conquistando cada vez mais espaço, dentro e fora do país, com alto valor agregado. Isso porque, além do ótimo sabor, e de seus comprovados benefícios à saúde, o fruto do baruzeiro possui um forte componente socioambiental.
O assunto foi abordado na “1ª Oficina para o Comércio Justo e Solidário da Cadeia do Baru”, durante o IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Organizada pela Cooperativa de Agricultura Familiar Sustentável com Base na Economia Solidária (Copabase), a oficina contou com financiamento do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) Cerrado e apoio da ECOA, Rede Cerrado, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), entre outras instituições.
No Cerrado, o extrativismo do baru, tem promovido a geração de renda, autonomia e o resgate da autoestima dos agricultores familiares extrativistas. Um processo virtuoso que ajuda a fixar as famílias e os jovens no campo, contribuindo de maneira direta na conservação do bioma.
Para a extrativista e diretora do Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), Rosana Sampaio, “as comunidades estão por dois motivos trabalhando com o baru: um é o principal deles, a conservação dessas espécies, desse modo de vida, a preservação do local em que nós vivemos. Porque nós queremos deixar pros nossos filhos, um ambiente equilibrado, e nós lutamos por isso. E a outra é que precisamos fomentar para permanecer existindo ali, precisamos da geração de renda”.
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Projeto Corredor Miranda-Bodoquena
O projeto Corredor Miranda-Bodoquena: preenchendo lacunas socioambientais, que foi executado pela ECOA e contou com apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, Critical Ecosystem Partnership Fund) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), foi encerrado este ano e teve objetivo de auxiliar a revegetação e conservação do Cerrado, através do fortalecimento do extrativismo não madeireiro por comunidades e assentados do Mato Grosso do Sul.
Com a proposta de otimizar o processo de restauração florestal iniciado em 2016 em três assentamentos rurais; melhorar a gestão da coleta de frutos do Cerrado, como baru e bocaiúva e sensibilizar o mercado, promovendo a valorização dos subprodutos dos frutos nativos do Cerrado, o projeto alcançou impactos importantes para a região.
Ao final, o projeto ampliou 1 dos 22,95 hectares de áreas do Cerrado sul-mato-grossense que foram cercadas em 2016, com apoio de outro projeto. Essa área está em restauração, restabelecendo a vegetação nativa e a recuperação de 03 nascentes/córregos: Córrego Madalena e Córrego Lima, no Assentamento Andalucia, Nioaque; e Córrego Agachi, Assentamento Bandeirantes, Miranda. Na área também foram registradas o retorno da presença de fauna nativa, como guaxinim ou cachorro-do-mangue e o tuiuiú. Além deste processo de restauração, a equipe do projeto trabalhou o fomento à produção de mudas de espécies nativas do Cerrado, feitas por assentados, em seus próprios lotes, dando-lhes condições de acesso às mudas, que são dificilmente encontradas para venda em viveiros públicos ou privado no estado. Até o final do projeto foram produzidas 100 mudas de baru, que foram destinadas ao plantio nas áreas cercadas. Também foram produzidas 50 mudas de guavira, em estágio inicial, 50 mudas de jatobá, e o projeto finalizou com as sementes de murici, que serão semeadas ainda este ano.
O Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos é uma iniciativa conjunta da Agência Francesa de Desenvolvimento, da Conservação Internacional, União Europeia, da Gestão Ambiental Global, do Governo do Japão e do Banco Mundial. Uma meta fundamental é garantir que a sociedade civil esteja envolvida com a conservação da biodiversidade.